Sempre o mesmo calor

Sempre o mesmo calor

 Todos os dias a me perguntar. Ficou chato, se tornou insuportável, eu, comigo mesmo. Mas toda noite eu venho, todos meus demônios em acordes de três tons. É inevitável, todos dias a me perguntar.

Eu preciso de um descanso, preciso de palavras que consiga ter alguma clareza porque eu mesmo não consigo enxergar, seja com outros, seja comigo, não dá. Os tres acordes me perseguem e preciso gritar.

Aqui eu sempre fui feliz, também triste, aqui eu quis bater, aqui também eu quis morrer e aqui eu continuo. Não imagino como seria a vida sem, mas sem nada também não faria sentido, como esse texto.

E semana passa, o mes passa, e venho a me perguntar, porque a resposta fácil não vem logo, porque a dor não passa, porque a vontade de viver é cada vez maior. Seja quantos for os acordes, seja quantas perguntas, acho que a resposta é uma só, e agora vejo ela mais perto. Eu sei, você sabe. Sabemos o que vai acontecer no final;

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O sufoco de um cotidiano que não acaba nunca

O sufoco de um cotidiano que não acaba nunca

 Eu não estaria aqui senão fosse pelo dia seguinte que espero todo dia. Uma neblina que nem sei de onde vem. O desastre em que me chamo. Por vezes tento me enganar, escrever, gritar, mas e se eu cair? Quem vai limpar meus liquidos? Duvido que haja.

O copo que tava meio cheio a decádas, volta a encher, afinal, não há como esvaziar, quebrar ja não é uma possibilidade. Mas nem lembro do seu nome. São varios nomes que preciso chamar, gritar. Só me resta dar um nome só.

As ruas estão diferentes, porque não ando mais. E sem ninguém de familia, penso que nem existo pro mundo. As vezes acho que sirvo pra algo, por vezes vejo sorrisos e acho que é pra mim. Não sei. percebo que nem sobrou o nome de quem escutava.

Imagino um futuro utopico, onde a dor não existe dentro de mim, acordo e vejo que realmente estou sonhando, cantando por motivos banais. Consigo fazer a diferença. Mas pra quem? Prefiro que seja pra ti, pois pra mim ja não faz nenhuma diferença;

A neblina se dissipa e eu to cansando de ficar rindo sem querer, cansei de não falar quando eu só quero gritar.

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Servindo sempre

Servindo sempre

 Não sai da minha cabeça esse som de que tudo tem que parar, um trem em movimento diante uma parede. Não sai da minha pele o sangue cujo o qual nem sei de onde vem, mas, paro pra pensar e isso não sai da minha cabeça, começar do zero, tirar os sons que minhas cordas vocais fazem. Difícil decisões. 

O novo é visto como dificil, pra mim o impossivel, não tem como eu ficar satisfeito com algo que eu nem sei se vai dar certo. Parece que não vou mais respirar. Grito e deixo tudo pra depois e nada adianta.

Faço uma volta, grito tudo novamente e coloco pra fora e nada, nada me coloca no lugar. Voltamos ao som que me desperta o pior de mim e fazia tempo, fazia tempo que não me sentia assim. Gosto de ódio, o velho copo cheio e uma vontade de fazer de novo, o novo, o errado. Para sempre me aprisionar no que não deveria ter feito.

Como vou explicar isso? Como posso dizer que sou capaz de fazer sendo que eu mesmo sou exemplo do que falo e faço? Sou eu, eu, eu, mas no final eu não sou ninguém.

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E eu pensando e andando, como farei para sumir?

E eu pensando e andando, como farei para sumir?

 Pode ser apenas frases soltas no canto da rua, mas acho que quanto mais vou me aproximando do fim, penso em dar o fim. Em mim, para os outros. O cargo que carregamos nos faz a vida inteira, falar, usar, usufruir de algo não real. 

E quando tiram isso da gente, criamos outra forma de iludir, de fingir. Não estou feliz com essa fase e se eu falo isso querem dizer que eu quero aparecer para milhares de pessoas que mal conheço. O que é real então?

O jogo acabando, a vida se esgotando, eu esgotado de ter que me redimir, cansado de me diminuir para dizer o quanto tudo isso dói. A gente sempre inventa uma piada pronta para o momento, mas esquecemos que ao fundo são lagrimas que cortam o vento. 

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Nascido para sofrer

Nascido para sofrer

 Nossas vidas podem até se encontrar, mas como vou te falar que isso é um sonho se eu vivo num pesadelo? Para pra pensar, meia idade quase, sem ninguém, instabilidade desde sempre, sem nada, nem nada pra te oferecer.

Mas é os sorrisos, os sorrisos servem de que? A solidão me fez ter essa casca, essa maquiagem de palhaço. No fundo é tudo frágil. Mas quem entende? Quero me encontrar, mas como vou procurar se nem sei onde estou?

Eu gosto do percuso, mas quando penso bem, mudaria o dobro do que pensam. Sinto frio e quando bebo nesse copo, te levo, engulo minha alma inteira. Então te pergunto, a culpa é de quem? Faço tudo errado e será que ṕosso acusar alguém de algo? Acho que não

Meu sonho é ter a construção dos meus sonhos, mas como se nem tenho nenhuma mão pra me dizer: vamos juntos!! Por vezes acho que não mereço, por horas acho que fiz o certo, mas o que eu tenho nesse momento é, amor por o pouco que tenho. Guardem isso porque não irei voltar aqui. Talvez eu nem passei novamente pra te falar o quanto fui grato.

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Guerra interna

Guerra interna

 O quanto foi dificil, fico analisando o inicio de tudo, queria poder que foi fácil chegar aqui, Na rua, andando e contando, os passos, as pessoas. Não é a toa que pessoas me perguntam quem eu sou. E eu nem sei responder.

Minha vida foi violencia, hoje a violencia me persegue, não quero, não posso, mas o que eu posso fazer, somos unha e carne. O ódio me faz pensar, me faz ser quem eu sou. Nem sei se sou alguém. Mas besteira pensar que tudo vai dar certo, sabemos a resposta, principalmente de onde viemos.

A luz as vezes me cega, mas eu tenho que ficar ligeiro pois sei dos perigos, seja na rua, na mente, luxuria para fazer que me perca o chão. Não vai acontecer.

Ninguém me deu o respeito, conquistei, aliada da ambição que consigo com que faço, bem? Nem sempre, mas a dose ta ali. To de boa, quero paz.

Sigo caminhando, carregando nas costas meu passado, tendo em mente meu futuro, só não posso falhar.

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Salvação de quem? Pra quem?

Salvação de quem? Pra quem?

 Tudo que prometo, eu cumpro. Mas ja faz algum tempo que as promessas que eu insisto em fazer é maior que o mundo inteiro, E que culpa eu tenho se você merece o mundo? Eu sei que eu não, e nem to falando daquela musica não, sei que simplesmente não mereço e ponto.

Viajar em pensamentos de férias para que ficarmos juntos, não tem efeito mais, nem isso, nem meus remédios. Nada mais faz efeito, os acordes distorcidos, as drogas, a fumaça. nada. Nirvana ja me fez pensar mais, mas nem isso eu to merecendo.

Quero a mudança, preciso da mudança, mas a idade me atrapalha, a mover, a pensar a querer. Um dia bom, no outro nem tanto e dizem ser normal, falam que ta tudo bem, mentem, não está e nem vai ficar. Como pode ficar se só querem dinheiro?

Meus braços quentes de dor, meus olhos sobrecarregados de tanto horror, não aguentar é sustentar a posição de que está tudo normal, seguimos, fingir que não vemos, cruzar o dedos para manter as mentiras, mas percebo tudo que está ao nosso redor, nem musica, nem terapia, nem dinheiro, nem mais nada pode nos salvar. 

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Não sou a resposta, sou o ponto final

Não sou a resposta, sou o ponto final

 Parece que todos os dias começo do zero. Mas não é um jogo, é um flame diante tua cara, gritando, falando que você não vai falhar, que vai ficar tudo bem. Adivinha? Não vai!!

No final do dia é mais ansiedade do que você pode carregar, o choro incontrolável diz muito sobre você, sobre mim. Sim somos parecidos, não por lágrimas, mas por dores. Sinto como você, estou longe de ser real, mas não tão perto do fim. Mas por dentro, sofro, consumindo toda a energia como uma esponja molhada em fios de eletricidades, mas é muita pressão pra dizer, pra falar.

Grito então para ver se alguém sente minha alma, mas que confusão é essa que é tão real que ninguém aparece. Meu reflexo no espelho sumiu, as confidencias estão inseguras e todo mundo sabe. Sob a minha pele é a confusão que passo, por mim, por nós.

Acho que erro, os outros dizem que não, acho que eu sou o problema, e isso me consume, mas pros outros ta tudo bem. Como um ralo, só vamos, descendo, como um fluxo natural das coisas. Mal sabem que estou falando de mim, mal sabem que estou gritando, quebrado, e as questões que fiz, vão ter as respostas quando eu disser adeus.

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Deveria queimar para esquecer

Deveria queimar para esquecer

 Penso que já sei todas as respostas possiveis sobre qualquer coisa. Mas que mentira, pra mim mesmo, acabo assinando o atestado de burrice pro mundo. Pro nosso silencio, parece que foi ontem onde nós fingimos que tudo isso era uma verdade impossivel de acontecer. E nada disso até hoje aconteceu.

Existe a possibilidade de estar certo? Não sei, mas continuo a sonhar que posso sorrir. A queda sempre é gigante sob nossos olhos, e o fogo que sobe é sempre impossivel de apagar. Não sei como consigo imaginar algo além de nossos olhar. Nada além de ser fatos em nossas mãos.

O resto, tentamos transformar em atos reais, desisti faz tempo, você não, e ficamos assim nessa briga entre tentar e entregar tudo. Permaneço aqui tentando entender, não vou conseguir. E quando eu consegui?

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Do outro lado da cidade

Do outro lado da cidade

 De outro lado você se sente tão invisivel que mal sabe se esconder. Outros te dizer o que fazer, mas voce não quer. Um monte te pessoas te dizem o que é melhor pra ti. Nada disso te importa.

Imagina só descobrir que voce tem voz? Imagina só ter voz. O mundo começa aqui, e não, não é sonho. Porém é tão dificil que parece impossivel acontecer. Não sei te responder, estou longe, não tenho voz, desculpa.

Do outro lado do morro é tudo sujo, pra ti que diz que o limpo é perto da praia. Burrice, mal sabe que o amor está de todo que é lado. Eu não ligo mais já que o amor me abandonou.

Hoje não sou nada, e do outro lado da cidade pareço ser heroi, nada, porra nenhuma. Apenas mais alguém querendo sobreviver, maldito seja a vida, Mas afinal, o que é a vida? Continuaremos então aqui, absurdos de pensamentos, loucuras inimaginavéis. Nem sei. Fico aqui então tentando continuar. E acho melhor voltar do zero do que mentir.

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O coração a milhão

O coração a milhão

 Todo dia um dia diferente. Não, não sei se vou aguentar! Hoje acordei com o coração a milhão e não, você não vai me fazer melhorar. 

Como posso pensar em melhora se é só violencia a toda hora? Em todo momento é soco na cara, literalmente ou não. A aceleração não é aquela que nois busca, na verdade é a que pode matar. Me mata por dentro e não aguento mais.

A solidão responde um monte de resposta, mesmo eu nem querendo. E o coração volta a milhão com milhares de pensamento que eu nem sabia que eu era capaz de ter.

Eu falo sempre, por vocês eu to aqui, por você eu vivo. Mas como posso prometer em continuar se a força contrária é mais forte? Dificil continuar se eu já não aguento mais.

Prometi não reclamar, prometi mudar, falei que não ia mais falar, mas é dificil quando o coração ta a milhão e o mundo inteiro contra mim.

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Escrever na parede quando você voltar

Escrever na parede quando você voltar

 Em uma noite chuvosa, penso em como foi bom te ter aqui. Estátuas em que rimos, mas é só um vento relembrando quando voce me pediu colo. E nos teus sorrisos me perco, e quando você me diz palavras ainda fico com dificuldades em pensar.

Não posso ficar aqui, não posso simplesmente sumir, ficar com você é um objetivo que eu tenho que alcançar. Tento te culpar, não consigo, tento te acompanhar, não posso. Difícil ver a vida daqui a alguns anos, não a sua.

E em todos os dias, sem tempo com você, desabarei em esquecer que você não está aqui. Belo e sério, selvagem como pensas, inútil como sou. Risos pela tarde, todas essas tardes.

Distante eu já estive, sabemos do tempo, sabemos da distancia e por tempos, seguramos esse escuro sob nossas casas, sombras do nosso passado. A luz do nosso futuro. Nem assim sabemos o que acontecerá. Talvez seja melhor assim. Mas hoje, eu vivo, hoje respiro e morro de saudades. 

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O ódio voltou

O ódio voltou

 Não me incomodo mais com qualquer palavra. Já to calejado para tudo o que vier. E tudo que bater de frente, nois vai de frente também. Tão desnorteados, que vamos os orientar, cansei de ver todo mundo sem voz, cansei de ver a solidão.

Foda-se você que não percebe o quão mal faz para os outros, mas faz tempo que é assim né? Eu não super herois, mas dessa vez vou salvar uma galera. Dando a verdade, gritando o poder que temos na palavra.

E o mundo pode nos escutar, a gente não sabia, mas eu vi, eu vi em pessoa a mudança que um ser só pode fazer. E vamos fazer, voce querendo ou não.

Por muito tempo tentei esconder, apagar, mas hoje percebi que o ódio faz parte de mim, o ódio me move a te mover, o ódio me faz crescer.

E querendo você ou não, vou derrubar essa solidão e conseguir salvar o meu bem mais precioso de você, trancado, e por muito tempo cego de mentiras, já não são mais palavras, é a força, é o movimento que irei salvar, meu bem maior. Nós, vamos, vencer

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