sábado, 23 de junho de 2018

Luzes quentes

Algo sobre ontem me corrói, uma sombra que nunca me tocou. Hoje em minha alma, queima e ferve pensamentos, servir, ouvir, lidar com o medo.
Em luzes quentes, em um quarto pequeno e sufocante. Me pego pensando por que não odeio você mais.
Queria te dizer o quanto antes estava presente em mim, dentro, intenso. Hoje não me faz mais parte, sumiu como aquela última gota dentro do meu copo.
Escutar e entender, perceber e não fazer, sigo assim, caminhando sozinho. Mais uma vez sem rumo.
Talvez olhando para trás percebo o quanto inocente fui. Servir, perder, tropeçar e aqui estou.
Cansado estamos, desgastado estou, um passo a menos, ruas adiante e novos acordes.
A fumaça desse cigarro, as ondas do mar, dores de cabeça e estupidezas de ações irreversíveis. Vá embora de onde nunca pertenceu.
Em outros lares, em novos perfumes, perfeitas maneiras de te dizer que já não está mas aqui. Minha alma, esfria, queima sob o gelo em não saber esconder o inevitável.
Nojo define, gritos espantam, numa nova fase de se libertar dos velhos demónios que habitam essa caixa dentro desse quarto. Ou simplesmente deixa-los dominarem tudo, de novo.
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