domingo, 17 de janeiro de 2016

Neve no sol.

Uma cratera na terra, de baixo de mim, separando sentimento, afastando o brilho do meu olhar.
O inferno chega sem avisar, dando pistas do que está para se concluir, nunca sei se realmente está chegando o fim ou não.
A divisão de estações parece nunca chegar, o momento que jamais esperamos enfim foi marcado por um frio abraço, por uma cratera de sofrimento que insiste em separar olhares.
Visto que o chão de abre, uma trinca de amargor em palavras que nem sempre querem sair, palavras que nem sempre querem ser ditar para atingir, mas marcam como fogo. Um grito por dentro, um sussurro de dor. 
Uma escapada para não chorar, uma ladeira para não cair em um fim, que no fim sabemos ser inevitável, o presente sem futuro, um futuro com um passado para esquecer. 
Afinal de contas, o mesmo passado parecer não importar pra você, quer ser apagado como neve no verão, a presença que era constante, hoje parece-me um vulto na névoa. Vago.


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sábado, 9 de janeiro de 2016

Pode não parecer, mas já é tarde sim.


Imagine se eu tivesse todo o poder do mundo, imagina se eu tivesse o poder de ser perfeito. Você iria ouvir minha voz, sentir minha emoção? Siga-me até a eternidade, dentro de mim mesmo.
Imagine se tivéssemos o mundo inteiro para tocar, iria perder minha alma dentro de você, sem pensar, faria isso, seria perfeito, mas será que ouviria minha voz, falando de emoção, dentro de mim mesmo.
Não consigo nem sentir, amar, ensinar para toda a eternidade, dentro de mim apenas uma sensação estranha de continuidade. 
E quando quero deixar, não consigo, será que está certo? Perderia então o olhar, a emoção de viver como madeira na fogueira. Venha em mim como inferno, quente, inconsequente.
Falo em fluir no futuro, penso em criar, sob fogo, penso em construir sobre uma maré de lagrimas. Assim que chegarmos, veremos que finalmente estamos em casa, fogo e paixão dentro de mim. 
Vingado de suor, morrendo por um último gole de cachaça, mas sorrindo como nunca.
Tudo é ao contrario, as conversas de futuro, as palavras sem sentido, as desculpas eternas, um único e incomodo silencio. Mas o que devo dizer? Se tudo está dentro de mim, corroendo.
As costas não falam mais por si, tudo rui. tudo desaba e não vejo o motivo a não ser o tempo. O vento faz seu papel, não pra mim, não pro meus olhos já cansados de sofrer.
Juro que permaneço tentando, jamais saberei o resultado, ninguém se importa, sigo fazendo meu melhor, dias e dias esperando, dentro de mim o velho vazio, conhecido e destemido. 
Agora imagine fazer tudo diferente, temos tempo? Prefiro dizer que sim, mesmo sabendo que aqui, dentro de mim, muito já se perdeu. 


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