sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Um abismo dentro desse quarto.

Mal sabíamos que dentro desse buraco, escuro, fundo, pudéssemos perceber que o fim é só uma questão de tempo. Que a transformação viraria pedaços de vidros quebrados. Céu azul, calor ao redor, tudo mudando, estranhamente.
Fora do lugar, fora desse lugar, seguro em sonhos que projetei em você. Ficção em olhar, desenho de lápis, e consigo apagar, minha vida.
Lanternas, assobios e logo volto a perceber o vazio. Não caibo mais aqui, não suporto mais estar aqui.
Transfiro então a culpa, carrego todo o peso em ser quem eu jamais sabia que poderia estar me tornando. Um submarino afundando, tragédia em tempo real.
Onde tudo se corrompe, onde o fogo se alastra, cada vez mais rápido dentro desse quarto. Maldito quarto.
Olho e penso, onde irei achar o ar. Olho e penso, quando serei capaz de tomar coragem. Aqui parece que não.
E eu já sabia que o começo era irrisório, o fim nunca deixou de existir. Pelo menos não aqui. E se tudo for ilusão, ao menos terei a certeza desse erro. Desgraçando algumas vidas, acabando com noites.
O estar bem hoje, basta estar dentro desse caderno em branco.
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