sábado, 25 de fevereiro de 2017

Morte

Talvez eu nunca tenha mudado, talvez o pote esteja quebrado, ou simplesmente nunca nada disso aconteceu. Na minha cabeça é como se as cores sempre fossem escuras, inexistentes.
Mas esse lugar sempre foi estranho, pego minha mente, explodo no copo de alguma coisa quente. Amargo, puro e dilacerante.
Tanto faz onde, a cada respiração mais próximo chego desse final esperado. Foda-se toda essa segurança de olhares que te querem bem. Mentiras sujas corrompem.
Amo odiar, não posso aguentar isso mais, dia após dia tropeçando em fracassos rotineiros.
Carregando fardos de estranhos, rasgando pensamentos nas entranhas eternas. Vida se esvaindo e a lama dizendo que está certa em engolir tudo isso.
O fazer se torna real, de novo, razões para tentar e então, terminar.
Esperar não é uma opção desde que o motivo principal seja, ouvir, ruir. 
Só queria que minhas palavras fossem do tamanho desse mundo, o grito eternal subjugado em constelações que mais tarde, verás ao olhar para cima e talvez, lembrar que eu nunca tivesse mesmo mudado. Ou ninguém ao menos tenha percebido que hoje fora tarde demais.
 
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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Do outro lado do desconhecido.

Usuário em comum de uma dinastia distante o bastante para uma aproximação. Excluído, afastado de todo um mal para talvez nunca sofrer por algo que nós, meros humanos já passamos.
Lágrima rara, especial, que não valeu um centavo, por você, por nós. Que bom que nunca saberás.
Porém, o relógio é rápido, a vida te reserva capítulos que jamais temerás, onde possivelmente não precisarás percorrer. Não sei.
Vivi o suficiente para te dizer, não valeu a pena nenhum sorriso que te dei, pra você, para tudo que nós fizemos. Roube então tudo que precisa para fugir daqui, desse maldito mundo de desilusões. 
E não é porque te vi aí parada, conselhos de vidros, cacos quebrados no início dessa página. Arrisque e veja por si só.
Raiva sob botões, ao menos uma vez consegui chegar perto do fim, para um sempre, para todo o sempre. Só porque nunca nos abraçamos, não quer dizer que não posso te dar minha mão.
Cartas escritas de lápis, facilmente apagadas da sua memoria, não é de se surpreender. Se somos então tão distintos, maldito fora o tempo que nós fizera um só. 
Ventos nos cabelos e a opção de fazer um hoje diferente. O presente começa a se abrir pra mim.
Diante de um inferno, onde seus olhos me perseguiam, sobrevivi as milhares de palavras, as centenas de desgraças e isso inclui, você. 
E ainda são tantas coisas a dizer, e não posso negar que é melhor assim, Distante. 
Inevitável não escrever, logo nesse mundo distante o bastante para uma aproximação.

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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Tão longe que nem mesmo meus olhos podem alcançar.

Oriundo de profundos pensamentos, surgiu então de repente, uma imensa vontade de proferir palavras, sons vindo de lugares jamais visto por ti.
Um inferno de tensões, um mar de lama chamado você. Ontem só fui mais um, hoje provavelmente não sou ninguém. Mas faço-me notar, até mesmo com um olhar.
Livre e concessões involuntárias, por favor, me faça um favor de segurar meu copo e me espere.
Não posso deixar de te falar, não perdi nada até agora, não perdi você. Até porque nunca te tive. 
Devolva-me o ar, sente e agora escute, espere por algo novo, um novo eu para te deixar passar.
Vindo do mar, imagino, naufrago de mim mesmo, nado em vão. Chego e não vejo o chão. Fazer por merecer como ontem sempre o fiz, posso muito mais.
Vire, olhe, é assustador. Vire, fale, não vai a lugar nenhum. Quem disse que vamos acreditar? Tente de novo. Não o faça. Está me ouvindo falar? 
Escondido em sombras perdidas, um novo país, uma nova vida. Esse sou eu, novo eu, voltas e mais voltas para me virar e assustadoramente sem chegar a lugar nenhum, acreditando e tentando fazer-me ouvir.
Enquanto houver um copo cheio, permaneço, em ti. 
Até onde eu enxergar, o tempo passar, avistar o amanhã, tentarei sorrir.
Passo a passo em acreditar, amar, seja como for, seja por fazer valer a pena. Simples como esse lugar.

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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Algumas verdades agressivas que você merece escutar.

Eis que não consigo te achar mais. Nem em mim, muito menos nos meus sonhos. Acabou, não pertence mais, ao menos pra mim.
Conclusões tiradas ao longo dessa jornada inativa, viva em um passado importante pra mim, inacabado e fútil pra ti. Hoje percebo que eu me afundei em lama, abismado no fundo de um poço que mesmo cavei. Não mais.
Entre as profundezas do inferno, entre suas palavras vazias me questiono, chego em vidas que não são pra mim. Passado que não fiz questão de reviver. Um futuro bonito pra você, assim como você merecer, já que hoje não depende mais de mim te auxiliar, ajudar a quem não quer ajuda.
Mas vamos lá, não importa, não me assusta mais, toque meu rosto, me mantenha longe de qualquer coisa que lembre sua vida.
Não há mais fotos, estrumes que sempre disse, burrices nas frases proferidas, qualquer um conseguiria tocar sua face. Mas vejo que não, não valeu a pena nenhuma dessas mentiras, suas mentiras.
Dei o que podia, queria o impossível, o que meus olhos nunca enxergavam, outro mundo. Pedir como, se paredes não falam.
Nenhum senso do correto, mas mal posso esperar pra me entender, para entender o que fiz comigo mesmo, não valeu nada a pena. 
Dias que pareciam anos, quando parava de respirar, o dia amanheceu e me fez perceber que os anos eram na verdade dias, passou rápido, sumiu em instantes. Evaporou.
Onde todas as fumaças se misturam e o cheiro se liquida em um nada e de que adianta falar? Evaporou.
Como andar na praia, como ter a alma de volta, a sombra sobre meu corpo, livrando-se de uma doença e você nunca se importou. E por que agora eu iria querer contar toda a verdade? Por que é assim que se faz para se dizer adeus.
Precisava gritar, explanar, e em poucas palavras um jargão, uma indelicadeza que se apropria dessa situação, uma agressão quase igual as que eu vivi nesses meses. Em poucas palavras, as mais sinceras que você merece ouvir: Você é lixo. 
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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Mais forte que uma dose, mais intenso que um abraço

Finalmente uma vontade inexplicável de respirar. Voltar ao normal. Tudo igual.
E ao cair da noite, você. Tons relevantes, tanto quanto o soar de sua voz em mim. Mas antes, antes que eu me esqueça, um gole. Um trago ou mais forte que isso, um pensamento.
Estranho como as coisas mudam assim, devagar, um novo olhar para o céu, agora escurecendo. Ludibriado pelo calor, falei exatamente o que eu quis te dizer. Antes de mais nada, antes desse efeito passar, vamos aproveitar. Você e eu.
Seu gosto doce, suas mãos em meu corpo, leve, eroticamente romântico. Ficamos então assim, sublime.
Me dê o máximo que puder, só me deixe saber que está tudo bem, assim. Deixe-me te descobrir, deixe-me te dar prazer.
Os olhos revirados, as mãos agora entrelaçadas e o escondido sorriso que aqui temos. Façamos eterno, tornaremos inevitavelmente inesquecível. 
Um ar que ontem me faltava, hoje me sobra, sopro no canto da sua nuca, um problema difícil de identificar, expondo limites incansáveis, não dá pra dizer não. Deixa assim então. 
Cores vivas, um pouco mais de vinho, um pouco menos de tempo. Unilateral e absolutamente vulgar.
Espalhados como amantes, perdendo totalmente o controle de músculos, de palavras. Vamos apenas então, voltar para o paraíso, vamos voltar para dentro de nossos olhares. Onde parece tudo igual, normal. Só me diga o que vê, só me diga sim, outra vez.

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