sábado, 20 de janeiro de 2018

Paralelepípedos inconstantes

De canto a canto, tentamos não estragar ainda mais. Um passo de cada vez e outra certeza que de novo, estragaremos tudo. Vivo dentro de uma má postura, convivo entre a escuridão e uma xícara de chá, amargo, como tudo deve ser.
Um novo canto, outro recanto, a sensação de cansaço tomou conta de tudo, pelo espaço dado, pela falta de sono, e dentro de mim, uma mentira que sempre quis acreditar.
Sabores distintos, desfrute de toda a solidão que te proporciono. Diariamente sento e observo como tudo é simples, irreal, tão falso como o plástico, um isopor sobre a água. É inconstante, mas tão intenso, não como eles, não como nós.
Talvez tenha que ter acontecido, talvez esse sangue tenha algum valor, para o futuro, para um passado que não será esquecido sem as cicatrizes.
Vidros que refletem magoas, e de canto a canto, a cada nova esquina dormiremos para viver tudo isso de novo. Por sorte, não acordaremos. 
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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Sem ar

Sem surpresas nessas tardes em que a chuva cai tão pesada quanto minha mente sem oxigênio. Já não deveria ser inédito, já não deveria ficar tão atônico, mas quanto mais o ar me falta, mais penso em como é difícil estar aqui.
Dizer um adeus, dizer boa noite para toda uma vida.
O tempo passa rápido, sorrisos brotam. Passos rápidos são reproduzidos em algumas linhas dentro de um caderno já amassado pela costumeira ansiedade.
O relógio passa devagar, agonia desaba. Sento e pareço explodir por dentro. Apenas teclas e tonturas conseguem me compreender.
Sons já não captam a essência, ausências que agora já são normais. E enquanto ainda nada disso passar, permanecerei em uma escuridão onde parece ser obliqua, sincera, afetiva.
De repente quem sabe, estarei tão bem que poderei enfim, respirar fundo e então, sorrir.
 
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