segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Um retrato descartado

Um montante, dentro de mim. A esperar agir, a esperar apenas sumir. Forma-se em uma grande transformação, sob uma visão estranha, diante uma ideia que nunca ninguém entenderá.
Não se é rápido, já falei, ninguém se quer ouviu, são apalavras iguais, palavras simples que ninguém acredita que um dia podia acontecer. A hora chegou.
Vou guardar em todas minha lembranças sorrisos do dia que deu certo, Cartas de mortos, fotos de novas pessoas que jamais lembrarei o nome.
O mundo move, e a gente permanecemos nesse conteúdo seco, como plástico.
Procuro buscar paixão, encontro infernos, ideias complementares, caminhos controversos.
O mar acalma, os entulhos discordam, de tudo, de mim. Lixo podre, como nós.
Efeito controlado, sintomas fortes e agora já me acontece. Entorpecido de sono, caindo sobre sonhos, no chão e isolado. Vejo o fim em palavras que ninguém vai se importar. Fotos sobre o corpo, postagens de lembranças nem um pouco importante. O esquecimento em minutos.
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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Chuva de verão

Já não sei quantas vezes faltaram mãos, para te estender, te dizer que ficará tudo bem. Já nem sei mais contar, por quantas vezes um outro não.
Dizia ter caminhos, teria que perder para achar um novo inicio, um outro fim.
Um outro a mais, um gole mais. E nunca foi por mal que esqueci de te dizer. Não chore mais.
Dentre tantos caminhos, as mãos que já não se encontram mais aqui, esquecidas, descascando com o tempo. Foram tantos dias de sol e nunca houve ninguém como você.
Hoje sei quantos foram os cortes, para contar histórias, para lembrar que não foram apenas sonhos. Respiração ofegante, sempre ela, machucando novos finais.
Por seus olhos, as marcas se perdem em palavras velhas. Folhas para não te entender, versos sobre mim, tão complicados como uma chuva de verão.

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sábado, 3 de fevereiro de 2018

Mundo sem fé, dias sem verdades

Misturar o real com sonhos, destruir todos os instantes. Sugar minha alma até corroer meus ossos. Conteúdos falsos sobre uma embalagem irreal. Parece acontecer com você como aconteceu comigo. Normalidade, buscando novas paixões, em telas, nas pontas dos dedos. Não adianta, tudo hoje é falso.
Onde então conseguiremos nos olhar? Utopia.
Traças, vermes, imundos que somos. Palavras cantadas, canções tão reais quanto melodias de nosso cotidiano.
Passos, remédios e outro dia a menos, sem fé, sem deuses para me parar aqui. Fixamos ideais, contamos vantagens, postamos fotos, numa falsidade tão verdadeira como seu sorriso.
Sem sentimentos, com podridão, vulgar é entender que jamais seremos iguais. Nunca normal.
Em tempos que perdemos para ganhar, nos corações de plásticos fundidos de drogas.
Outra noite, diversos pensamentos vindo sob tarja preta. Vontades diferentes, o mesmo ciclo. Amanhã o sofrimento continuará e nós? Acordaremos no mesmo mundo de mentiras.
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