domingo, 21 de outubro de 2018

Incertezas diárias

Disparos, suor, olhos abertos, de novo e de novo pela noite. Um acidente que não pedi, um incidente que possivelmente eu mesmo criei. Já não suporto mais sentir.
Escuto pelo rádio, tudo queimando em minha volta. O cheiro desperta meu desejo em voltar lá nas ideias do passado.
Mas talvez eu não atinja completamente a jornada desejada. Abra os olhos.
Velocidade, calor, aflição, novamente e novamente no nascer do sol. Não sou importante nesse momento, nem sei se em algum momento fui. Me afasto, é seguro.
Mas confesso que as vezes cansa, e que por vezes não sobra nem o pó.
E foi assim que restou um corpo caído no chão, e foi assim que não restou nada.
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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Roda gigante

Meu jeito desajeitado não me deixa perceber o quanto estaciono minhas atitudes. A perda de um foco, pensamentos vagos diários. A vontade me falta.
Eu nesse quarto, escuro, escuto, não mais um ver. Tudo apertado, sufocante, delirante me viro e me pego novamente, escrevendo versos que ninguém irá ler.
Rotina me mata a cada dia, sangue cuspido na pia.
Meu temperamento me afasta do mundo, percebo o quanto embriagado permaneço, fumaça e o soco diário no estômago, a dor é constante. Remédios que me fazem parar, remédios que me fazem distrair por um instante.
Rotina me estrangula outro dia a mais, já não sei o que desejar.
Ouço, mais um tempo, outro tempo que não há justificativas que eu deveria estar aqui de pé. Já não sou tão forte assim, não é justo com ninguém.
Nenhuma palavra vai me fazer mudar, a ideia de que é tudo em vão, para meus olhos é tudo tão intenso que nem consigo ver o amanhã.
E parado aqui permaneço, afinal, logo menos tudo irá recomeçar.
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sábado, 6 de outubro de 2018

A vontade em partir permanece

Vontade em fazer algo novo, vontade em voltar a sorrir. Um caminho árduo pela frente e mais uma noite sem dormir.
Pensar que tudo isso já passou, pensar nas lembranças que viraram pó. Achamos um sinal, falhamos em tentar, afinal.
Um medo em tentar, um medo em respirar. Dores me acolhem, suspiros me destroem. E novamente nem conseguir ir a lugar nenhum. Onde é rotineiro, por onde nem sequer conseguem enxergar.
Malditos sejam, malditos sejam todos aqui, em volta de mim. Tudo se volta sobre ombros, cansados de forçar, calma. Achei que um dia fosse conseguir superar a angustia. Só fiz me enganar.
Vontade em tentar um fim de novo, vontade em voltar a dormir. Em dias onde os olhos ardem, em dias que a chuva dói, destrói.
Lembrando falhas, dissecando palavras, novos robôs. Se hoje já não me suporto mais, que seja breve a eternidade que vive ao lado.
Que faça essa dor passar, que faça essa dor sumir. Ao menos por um hora, conseguir sorrir. E partir.
Em paz.

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