domingo, 22 de novembro de 2015

Quilômetros

Fico assim, me despedindo de mim enquanto te dou um beijo. Digo então que volto logo, a eternidade me corrompe, aceitamos o senhor relógio mandar nossas mentes esquecer por um momento, mais uma vez.
Esquecer é uma palavras que talvez não caiba em nossas páginas, o céu rasgado por monstros aéreos, a hora demora a passar e uma ansiedade que chega ao ponto de rasgar a carne. Um corredor pequeno, enorme como o primeiro abraço, suor em sua nuca me fez lembrar o arrepio que senti em te olhar. Quem é você? Obscuro destino reservado.
A caminhada é completamente abstraída sobre copos de vinhos e cerveja, os mesmos copos que até então tem me acompanhado e me afastado do mundo. Pelo menos desta vez fiquei, resisti, então o que quer de mim? 
O mal entendido sub-entendido como a febre que me derrubou, tornou-me forte, me cegou do mundo e me mostrou seu sorriso. Cabelos longos e a minha ansiedade nos fez pular um carnaval ímpar, como nossos corpos, nos libertar.
A garganta grita, os olhos choram, façamos desaparecer enquanto o céu vermelho faz sua parte em nos trazer a conexão, o beijo faz meus olhos fecharem de novo.
O abismo está logo aí, me entrego, te jogo, me lanço em suas mãos. O errado, improvável que hoje vivemos sem nos arrepender.
Seu cheiro me embriaga, doce como mel, linda como nos meus sonhos mais distantes. Caminho sob olhares de anos passados, a rua é feita de nobreza e o ar me faz ouvir você, a eternidade chega sem esperar e 70 quilômetros já não importam mais, enfrentaria diariamente só pra ver seu sorriso. 

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