quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Sem ar

Sem surpresas nessas tardes em que a chuva cai tão pesada quanto minha mente sem oxigênio. Já não deveria ser inédito, já não deveria ficar tão atônico, mas quanto mais o ar me falta, mais penso em como é difícil estar aqui.
Dizer um adeus, dizer boa noite para toda uma vida.
O tempo passa rápido, sorrisos brotam. Passos rápidos são reproduzidos em algumas linhas dentro de um caderno já amassado pela costumeira ansiedade.
O relógio passa devagar, agonia desaba. Sento e pareço explodir por dentro. Apenas teclas e tonturas conseguem me compreender.
Sons já não captam a essência, ausências que agora já são normais. E enquanto ainda nada disso passar, permanecerei em uma escuridão onde parece ser obliqua, sincera, afetiva.
De repente quem sabe, estarei tão bem que poderei enfim, respirar fundo e então, sorrir.
 

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