segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Roda gigante

Meu jeito desajeitado não me deixa perceber o quanto estaciono minhas atitudes. A perda de um foco, pensamentos vagos diários. A vontade me falta.
Eu nesse quarto, escuro, escuto, não mais um ver. Tudo apertado, sufocante, delirante me viro e me pego novamente, escrevendo versos que ninguém irá ler.
Rotina me mata a cada dia, sangue cuspido na pia.
Meu temperamento me afasta do mundo, percebo o quanto embriagado permaneço, fumaça e o soco diário no estômago, a dor é constante. Remédios que me fazem parar, remédios que me fazem distrair por um instante.
Rotina me estrangula outro dia a mais, já não sei o que desejar.
Ouço, mais um tempo, outro tempo que não há justificativas que eu deveria estar aqui de pé. Já não sou tão forte assim, não é justo com ninguém.
Nenhuma palavra vai me fazer mudar, a ideia de que é tudo em vão, para meus olhos é tudo tão intenso que nem consigo ver o amanhã.
E parado aqui permaneço, afinal, logo menos tudo irá recomeçar.

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