sábado, 4 de março de 2017

Orgânico


Não foi fácil, talvez nunca será, encontrar algo ou alguém assim. Turbilhão de sentimentos em mensagens subliminares que jamais serão decifradas.
Onde sorrisos se alongam com longos choros e falta de ar. A falta que isso faz, a falta que você me fez.
Hoje tudo é diferente, estranho de se argumentar, difícil em falar, um nada. 
Se me dissesse que nada disso poderia ser mais forte, se me dissesses que naquele dia teria que ir. Um outro dia poderia amanhecer mais claro, mais reluzente.
Se eu soubesse tirar os sapatos e ser real, se eu de fato pudesse deixar meu orgulho longe, talvez seguíssemos como antes, sorrindo.
Enquanto o tempo passa, a ofensa parece maior que os abraços, o caminho parece menor do que realmente foi. Passageiro, ludibriado por ações que eu nem sei se foi real, Passado.
Trilhos e vagões deserto, com cicatrizes manchadas, semi abertas, automático como a antiga ignição de nós dois.
E chega a ser estranho olhar para o lado e se sentir bem, é tão estranho não lembrar mais de você. Melhor assim.
Insistir em um não, e não abrir os olhos para tudo aquilo que realmente quis, nunca tive aqui.
Mergulhos, comunicando-se com o exterior, meu interior obscuro. Se deixou de fazer, esquecido e abandonado, um universo perdido.
De acordo com o ditado, faz e diga logo, larga-se o foda-se. Mas um fato que nunca tive a mão, apaga-se agora e o tapa na cara ainda dói.
Dessa vez um fechar de olhos, dessa vez não lembrar significa, um nada. Obsoleto de ideias que nunca fora postas na mesa.
Falta de intelecto, falta de maturidade e a falta que tudo isso faz.
Coerência zero, um gatilho disparado, lançado ao futuro, mas quem sabe?
Um milhão de pensamentos e apenas um para me fazer suar frio, esqueceremos no próximo metro, no próximo trago e com o amargo dessa bebida.
É estranho, mas ficamos assim então, genérico e artificial nas palavras, verdadeiro e orgânico em letras e versos. Quem sabe um dia tudo faça sentindo, quem sabe um dia. 



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