quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Distanciamento geográfico

 O copo vazio me traz lembranças como a de não poder te abraçar. Sozinho e pensativo me pego revendo fotos, e me pergunto onde será que errei?

Ao mesmo tempo, coloco no lugar todas as nossas risadas, só nossas, encho mais o copo e desfruto desse lugar onde talvez nem pertenço mais. Aqueto, sossego, mas o furacão não passa.

Sussurros de desespero dentro de um boneco inflável prestes a estourar. A garganta seca me lembra do meu bem maior. A autodestruição aquece o motor, a garrafa hoje já está pronta para explodir em mim mesmo, por entro ou por fora.

Não sabemos a conotação disso, o distanciamento nos enlouqueceu e a razão aqui jaz, num  beco sem saida. Berro, grito, digo que não, não vai melhorar. Mas se ao menos eu pudesse te abraçar, o sofrimento seria o acalento no meio dessa pandemia.  

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