domingo, 8 de julho de 2018

Quando o inferno não sai de dentro de você

Perder a noção das coisas, perder tudo. Imagine um dia acordar e não ver. Imagine um dia sem sentir. Você, mas, em mim, hoje tudo me lembra em estar livre.
Livre nesta rua onde conheço cada passo, cada pedaço. Do asfalto vim, do asfalto percorri as maiores distancia em que podes imaginar.
Não procure por mim, sou ambulante, sou como areia em suas mãos. Jamais será capaz de entender, jamais me entenderás.
Diante esse calor, alucinações sobre o tão futuro distante, não sei. O gole é sujo, já não é uma novidade pra mim. Chega a doer na alma, já não é uma novidade pra mim.
Antigos demónios insistem em me lembrar aquelas intimas sombras, barulhos intensos e sopros breves de uma noite mal dormida.
Ódio, sangue, carne, lágrimas, todos nós estamos perceptivos a falhas. Sem perdão.
Ainda está aí?
Preso dentro desse mundo, atordoado nesse quarto, remédios já não me ajudam, malditos sejam vocês.
Me jogo, me atrevo, erro e morro um dia a mais. Estaremos aqui para te lembrar o quanto errado foste.
E ainda assim continua a me seguir?
O demónio está ao seu lado, só você não quis ver. Estamos todos aqui, unidos por um único desejo. O fim.

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