sábado, 10 de outubro de 2020

Detalhes no andar

 Sem motivos mais para seguir, dizem para eu levar e andar, mas como? Sem ao menos um sorriso.

Me dizem que sou grande, me vejo minusculo, tudo de longe, tudo tão distante, a ponte, a estrada, a vida. Mas mastiguei e engoli seco, amargo como álcool, e é por vocês que ainda to aqui, na rua sem contrato, virando e desvirando, e seguir andando.

Nem percebo onde o sol se foi, se a escuridão ainda fica aqui, estou cumprindo as obrigações e sai de perto de mim por que estou sem tempo até para andar. Mas os vermes ainda estão ao meu redor. A morte solo é questão de tempo, porém, não vai ser ninguém que estará lá. Mas os bons motivos podem até parecer contraditórios, mas honramos o que falamos, nunca fez sentido pra você. Mas a frustração é o mínimo que posso te dar, mas o vintém nunca vem, mas nunca tivemos nada mesmo. E como então sair andando?

Me estrago, me refaço, sigo os traços, e nem sei onde vou parar.

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