sexta-feira, 9 de setembro de 2016

De volta ao inferno.

Mais uma vez caio nesse abismo incerto onde já percebi pertencer a muito tempo. São minutos de certeza, olhar seguro que me faz perceber que a ternura de palavras são tão sinceras quanto um beijo seu.
Pareço inocente, me afogo em suas palavras falsas e ao mesmo tempo crio expectativas de algo que sempre sonhei, seu sorriso.
Volto então a te dizer, podemos, busco então te encontrar, nos perdemos e ao final, parece ser tão distante quando os quilômetros que nos separam.
Amarguras em perceber o quão cruel és. Tristeza em enxergar o quanto frio pode estar nesse momento, mas ao final do dia o fogo irá queimar essa alma perdida que aqui vos fala.
Como uma bengala sirvo-te de apoio, perceba comigo, aqui sempre estou, como uma sombra que quando mais precisas, te ampara. Foram dias obscuros, dias de lagrimas gratuitas, dias de espasmos, boca que espuma medo, corpo que endurece ao lembrar as dores do passado, mas calma, tudo isso vai passar. Estou aqui.
As escadas serviram para erguer-te, como corrimão te dei a mão, vem, vamos. Eis que lá de cima, escuto gritos, vozes perturbadas, e por algum erro, me joga para o inferno novamente.
Espíritos conhecidos me saúdam, não queria lembrar de nada por aqui. O amargo da minha bebida me faz refletir o passado, me faz me arruinar em escuridão.
Não faz sentido algum eu buscar sofrimento, mas como explicar que se estou parado e ainda assim fuzilado por você, distante. Nem ao menos uma semana de alivio, nem ao menos uma respiração a mais.
Pago por ser demais, punido por ser quem sempre sonhou, me deparo no chão. Sangue jorra, a consciência já não se esforça tanto em permanecer de pé. Vultos buscam por mim, cedo. 
Golpes sufocantes surgem em meio a vômitos de desespero por não conseguir sair daqui, sair de você.  
Busco salvação em vão. Outro gole e mais um chão. Novo golpe e outro não.

Queima a pele, rasga os sorrisos, mostra as verdades que na verdade, nunca foram pra mim. 
Não queria me sentir assim, em casa, mas parece ser meu lugar, onde cresci, onde mais uma vez fui jogado.



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