segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Clonazepam.

Confusões dentro de palavras que são soltas infielmente neste mundo estranho. O mesmo jeito em se aproximar, a mesma crueldade em querer apunhalar, mais tarde.
Ouço gritos de agonia vindo dentro do meu peito, dói em pensar, me falta novamente o ar.
Mas vai ficar tudo bem, entre gotas de alivio e dias que passam, os passos seguem em frente.
As vezes me perco no tempo, me pergunto se isso é normal, contar o passado em números e transcrever o futuro em filmes que nunca passariam em cinemas convencionais, é irrelevante, mas importante para desenhar nessas paredes opacas, escrever nestas linhas tortas que lutamos diariamente.
Únicos somos, sozinho não estamos, e a ansiedade que nos devora, me mata a cada minuto que não passa.
O amargo dessas gotas, a doce calmaria que você me traz. Aquarela em flores, busco nas dores uma saída de você.
E que se foda suas desculpas, malignas em intenções, benignas e céticas ao universo de contradições em que quero apenas fugir. Outra vez não.
Já consigo dormir, o silencio me faz acreditar que escolhi as pessoas certas ao redor de mim. Fico assim, longe de mim, parado, calmo como a lucides de meu olhar.
Um eu diferente de tudo, outro eu desconhecido. Não vou negar que quero, vou correr desse maldito revolver apontado e pronto apenas para destruir. 
O gatilho que foi disparado, hoje é travado em gotas diurna de esperança. 
Talvez seja mais fácil esperar o copo encher, talvez seja mais fácil apenas tomar e terminar. Por hora, adormeço e me submeto a imersão de sonhos sombrios, mergulhei em um inferno que conheço cada canto e salto de suas mãos massantes para acordar não mais as dez.
Aceito a dor, exponho o amor e sei que vai passar. 

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