sábado, 22 de outubro de 2016

Clube da luta.

Neblina atrapalhando minha visão, mal consigo te enxergar, vultos dançantes, tudo estranho. O primeiro soco vem e chega bruto, com arrogância, logo, já sei de quem veio. Antes de mais nada, te aviso, hoje não estou para brincadeira, então venha.
Dissipando com luzes de carros, outro golpe sofrido, meu ouvido dói, não te escuto mais, um alivio, o gosto é de sangue e vou me saboreando por, ainda sim, resistir. 
Neste chão permaneço, as vozes me fazem levantar, deve ser por elas que continuo a tentar ficar de pé, e quem disse que é fácil, nunca foi.
Sinto o frescor da chuva, e com ela um sorriso de não sentir mais você, em outros socos e chutes, um vazio que jamais experimentei, fico então pensando se ainda estou acordado. 
Em sonhos agitados, o suor me corrói, muito mais que a pior bebida que engoli a seco. Mas eis me aqui, pronto para abrir os olhos e perceber tudo ruir, Não foi assim que eu planejei?
Um momento de euforia, dias de insonia, horas atônico, me pergunto quem sou então.
Silencio, nessa luta contra o meu eu, preciso vencer. Grite! Já não consigo me mover, meus pensamentos agitados paralisam completamente meus músculos cansados de esperar. Me limito e me entrego por vezes, mas essas sombras em volta, insistem em me erguer e de volta ao jogo sempre estou. Dia após dia, a luta diária não para, se hoje fui vencido, fodido, mas lembro que ao acordar, sem você, ganho um sorriso a cada minuto. No final, vai ficar tudo bem, um apocalíptico despertar sobre esse novo caos, agora sim, em paz.  


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