domingo, 1 de maio de 2016

A contradição dos olhos.

Te olhar seria bem mais fácil se não fosse essa cegueira que me impede de seguir em frente. Trocar tudo de lugar até pode ser uma boa ideia, mas, não tão simples assim.
Nasce o sol, lá vamos nós começar tudo novamente, talvez essa seria a hora certa da cegueira me dominar por completo, afinal de contas, não é fácil te olhar.
Também achei que fosse racional o bastante para imaginar, mas quero te esquecer, que bom que posso olhar para trás, contradições da vida em cima de você.
Pode até ser silencioso como esse cigarro, mas o abraço faz um estrondo do tamanho do meu sorriso. Tira então a tarde, vamos levantar, correr faz bem, fica muito mais simples, mais leve.
Antes do final, contemplar esse meu mundo estranho fica muito mais difícil sóbrio, só não quero conversar agora, não tenho que te explicar, nunca terei.
Fácil seria entender, impossível não se machucar, confesso que não posso evitar isso. Acho melhor me despedir, amanhã talvez.
Essa cidade é grande demais pra mim, essa cidade é pequena demais para o que penso, alguém como você é perfeita pra me encontrar, já que os caminhos são demarcados dentro de um perímetro traçado, roubado, feito sob medida pra ti. Deixa eu te ajudar seja onde eu estiver, prometo sorrir e ao fim, mesmo não te enxergando completamente, aguarde meu abraço.
Lapsos em imagens, vultos em cores quentes e tudo seria mais fácil se eu pudesse te olhar.
Outro dia, as mesmas esferas, cigarros e cafés, só não é tão simples como antes.
Mas prefiro me convencer que já desenhei o amanhã, o sol, e quando apontou o velho caminho que imaginei nos meus sonhos, passos inevitáveis se tornaram constantes, primeiras frases ditas e me convencendo para onde iremos. E se eu disser que a partir desse dia, posso voltar a enxergar, que eu posso voltar a te enxergar, como antes, como agora, como pra sempre verei você.

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